domingo, 18 de abril de 2021

LML Star 4T | Optimizar o ponto do motor

A LML Star 4T é uma scooter Indiana criada depois de terminado o acordo do fabricante indiano com a Piaggio para a produção da Vespa.
Trata-se de uma moto fiável, económica e de condução divertida. Porém, tocar um motor a 4T tendo em vista extrair dele o máximo com fiabilidade não é um processo fácil e é bastante mais dispendioso do que fazê-lo num motor a 2T.
O processo, pode passar pelo incremento da cilindrada, melhoramento do fluxo termodinâmico da cabeça do cilindro, alimentação de combustível e comando electro-mecânico do motor.
A partir daqui, decidi começar pela parte mais económica do processo - melhorar o comando eléctrico do motor. 

O que é isso?

Para gerar a faísca que iniciará a explosão dentro do cilindro, existe no motor um estátor, sobre o qual gira um prato magnético polarizado (volante), gerando um campo eléctrico de algumas centenas de volts, que vai excitar uma bobina transformadora e elevar a tensão para cerca de 20.000 volts, necessários à criação da faísca na vela de ignição. 


A faísca, acontece uma vez a cada volta da cambota e duas vezes a cada tempo do motor. Quer dizer, que num ciclo de 4 tempos, no motor, o pistão passa no seu ponto morto superior duas vezes e a faísca ocorre também duas vezes. Uma delas é aproveitada pelo motor e a outra (aparentemente) não. 
O momento em que as faíscas são geradas, acontece um pouco antes do motor atingir o seu ponto morto superior, dizendo-se por isso que o motor trabalha adiantado. 
Este processo é comandado por uma chapa metálica meticulosamente colocada no volante do motor, que faz accionar um interruptor magnético (pickup), cujo posicionamento determina o ponto do motor. 
O motor 4T da LML é um motor de ponto de ignição fixo mecanicamente, mas com avanço electrónico proporcionado pelo CDI. 

No manual do fabricante, o ponto de motor da LML Star 4T 150cc é impreciso. 
Posso afirmar que é de -25° face ao PMS (ponto morto superior). 
Face à forma como está construído, o avanço permitido pelo CDI original é de cerca de 2°, não permitindo grandes ajustes de personalização. 

Então o que fazer? 

O que fiz, foi em primeiro lugar reposicionar o pickup, adiantando-o 13° face à sua posição inicial. 
Isto irá permitir-me utilizar um CDI programável e assim controlar o ponto do motor em vários regimes de funcionamento. Desta forma aumentarei a fiabilidade do motor, dando-lhe um pouco mais de alma nos regimes em que rodo normalmente. 

Aqui deixo algumas imagens do processo. 

Molde em cartão para o desviador do pickup que construí em alumínio. 

Aspecto do pickup já reposicionado. 

Avanço de 13° face à posição inicial do pickup. 


sexta-feira, 2 de abril de 2021

LML (Vespa PX) | Como remover o volante magnético (in extremis)

Má ferramenta, ou negligência, é meio caminho andado para encontrarmos problemas na hora de desmontar o volante magnético.
O procedimento convencional para separar o volante magnético de uma das extremidades da cambota na LML 125 ou 150 de 2, ou 4 tempos, é utilizando um extractor com rosca externa M28x1.0, vulgarmente chamado de 'saca volantes'. 

Porém, pode acontecer, que alguém antes de nós tenha destruído os fios de rosca no interior no volante, impossibilitando a sua extracção com a ferramenta adequada.

Foi o que me aconteceu. Cheguei a duvidar da operacionalidade e tolerância da rosca da ferramenta de que dispunha e adquiri uma nova de boa qualidade. O resultado foi o mesmo. O volante não saiu.

Decidi então sacrificar uma das ferramentas e soldá-la robustamente ao volante a fim de o poder extrair.
Só assim consegui. 

O passo seguinte, será levar o volante ao torno para eliminar os restos de solda e refazer a rosca.

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