sábado, 16 de janeiro de 2016

Ensaio | Punhos Aquecidos KOSO


A KOSO é uma marca de acessórios e equipamentos para motociclos, cuja qualidade dispensa apresentações. Com a chancela da Ilha Formosa (Taiwan), no seu catálogo constam todo o tipo de painéis de instrumentos, peças de alto desempenho para o motor e auxiliares, elementos para a carroçaria, suspensão e travões, electrónica de comando, iluminação, aquecimento e conforto. Será sobre esta última linha de equipamentos que hoje escreverei, mais concretamente sobre os punhos aquecidos que a marca disponibiliza ao mercado.

São fornecidos num blister, que contêm tudo o que é necessário para que alguém com os conhecimentos mínimos de electricidade e alguma destreza mecânica os possa instalar na sua moto. A cablagem tem o comprimento suficiente, possui conectores eléctricos para facilitar as ligações e o controlador (do tipo E) é de dimensões reduzidas, com excelente acabamento e elegante, não atravancando o cockpit como os seus concorrentes mais directos. O desempenho da electrónica é excelente, proporcionando o nível de aquecimento desejado muito rapidamente e em cinco níveis, permitindo o correcto ajuste da temperatura, evitando assim desconforto. 
Os punhos são construídos em borracha macia, mas resistente aos elementos da natureza. Mesmo a elevadas temperaturas, os punhos não se degradam facilmente. O processo de vulcanização dos cabos também não foi descurado e é perfeitamente estanque. Tem um preço convidativo e pode ser comprado directamente à KOSO na Europa, sem favores, por cerca de 60€ com portes incluídos..

Algumas das características que distinguem os punhos aquecidos da KOSO dos seus rivais (Oxford, por exemplo), poderão ser vistos no vídeo seguinte.

Para quem não dispõe deste acessório de conforto, este, é sem dúvida, um upgrade útil e desejável para todos aqueles que apreciam fazer se à estrada nos dias frios de inverno. Vale mesmo a pena.



sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Viagem | Conduzir com nevoeiro


Conduzir com nevoeiro é perigoso. Quando ele é combinado com chuva e pouca visibilidade, ainda pior. Aumenta o risco de acidentes, e os motociclistas prudentes procuram normalmente evitá-lo.
A falta de visibilidade durante a condução potencia a existência de perigos, tanto à frente como atrás (no caso de um veículo que circule com maior velocidade e embata na nossa traseira).
A acumulação de humidade no vidro frontal, na viseira do capacete e/ou nos óculos, inibe ainda mais a capacidade de percepção para eventuais perigos existentes na estrada.
A capacidade de visão dos outros utilizadores da estrada, também fica significativamente diminuída.
Para o motociclista, aumenta a desorientação relativa ao espaço que ocupa na estrada e em seu redor, aumenta a chance de se perder, ou mesmo de ter um acidente.
Quando em viagem, o motociclista perante este cenário, fica muito mais vulnerável no caso de avaria da moto, ou falha de combustível.
Ao ser inibido de ver a linha do horizonte, na hora de negociar uma curva pode ajuizar mal e acontecer uma queda, mais facilitada ainda, pelo facto do piso se encontrar escorregadio.
De dia, ao passar de uma zona sombria para outra mais iluminada, o nevoeiro pode surpreender e fazer-nos falhar a abordagem da trajectória.

A lista de causas e efeitos é enorme e o conselho mais prudente a reter, é não se fazer à estrada com nevoeiro e aguardar até que as condições meteorológicas melhorem antes de prosseguir viagem. Mas há momentos, como constrangimentos com horários, ou calendário, em que esperar não é possível. Lembro-me de uma viajem que fiz às Astúrias, em que apanhei um nevoeiro cerrado e não tinha forma de avisar as pessoas que me esperavam. Com 6 horas de atraso face à hora prevista para chegar, duas motos numa estreita estrada de montanha ladeada de escarpas e precipícios, o ar gelado, um nevoeiro aterrador e animais (vacas) deitados na faixa de rodagem, tornaram-se um pesadelo e um forte apelo a não parar...

Perante uma situação destas, sem possibilidade para o evitar, não há outra alternativa senão desenvolver estratégias para mitigar o risco:

  • Diminuir a velocidade e ajustá-la permanentemente às condições de visibilidade do momento;
  • Eleger a rota mais directa, mais conhecida e menos susceptível de problemas até ao destino;
  • Atestar o depósito sempre que possível. Considerar a reserva mínima de 1/2 depósito;
  • Verificar a amarração e o bom acondicionamento da bagagem;
  • Usar um agente desembaciador para a viseira do capacete e óculos. À falta de melhor, seccionar uma batata e passar a polpa pelo interior da viseira e óculos. Em último caso, esfregar cuspe;
  • Manter o farol numa posição baixa, para evitar a refracção da luz e piorar ainda mais a visibilidade. Há que ter em conta, que ao circular com a moto mais carregada do que o normal, há uma tendência natural para o feixe de luz levantar, a ponto de se tornar incómodo para os outros ocupantes da via e mesmo para nós, em caso de nevoeiro. Utilizar um pedaço de 'fita americana' para restringir o feixe de luz, pode fazer a diferença;
Tapar parte do farol, pode fazer a diferença

  • Olhar frequentemente pelos espelhos retrovisores, tomando atenção aos veículos que se aproximem por detrás e, se necessário, preparar-se para assumir uma acção evasiva;
  • Se outro veículo seguir de perto, ligeiros toques no travão para fazer piscar a luz traseira, ou ligar os 4 piscas (se a moto os tiver);
  • Usar materiais reflectores e cores brilhantes no vestuário, ou equipamento;
  • Evitar travagens bruscas, mudanças de direcção repentinas e travar com o motor sempre que possível;
  • Seguir as luzes traseiras de um outro veículo, a uma distância e velocidade consideradas seguras, a fim de reduzir qualquer desorientação espacial;
  • Usar a marcação no lado direito do pavimento como ponto de referência durante a marcha, mantendo-o sempre à direita da faixa de rodagem, especialmente durante o cruzamento com veículos que circulem em sentido contrário, e que emergem do denso nevoeiro;
  • Ligar antecipadamente para o destino e alertar alguém sobre a situação do estado do tempo, itinerário seguido e hora prevista de chegada;
  • Se forçado a parar, quer pelo nevoeiro, ou por problema mecânico, deslocar-se com a moto para local seguro, fora da faixa de rodagem;
Há que ter sempre presente que é mais seguro evitar conduzir nestas condições, do que enfrentá-las depois.

Bom ano e boas viagens! ;)