quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Rendido à Vespa Asiática

Há séculos que ando de moto e confesso que o conceito Vespa nunca despertou a minha atenção até há bem pouco tempo. Assisti em miúdo, ao 'boom' das 'lambretas', nome genérico porque eram conhecidas na minha terra - Moçambique - as scooters de então. Aos meus olhos, eram uma espécie de moto, que faziam um chimfrim estonteante e onde as raparigas e senhoras se sentavam de lado...

Nestas coisas das motos, todos tivemos as nossas influências e as minhas passaram numa primeira fase pelas motos inglesas (Norton, Ajs, Matchless e Royal Enfield) que havia em casa e logo de seguida pela nipónica Honda que depressa se tornou a rainha da minha juventude. 

Apercebi-me de que havia quem nutrisse uma verdadeira paixão pelo conceito apenas em 1974, através de um tio do lado  paterno que possuía várias scooters e que as mantinha irrepreensíveis. Mas em mim, a coisa ficou-se por aí.
Só em 2013, durante uma das Festas da Moto organizadas pelo Moto Clube do Porto (MCP) nos jardins do Palácio de Cristal no Porto, tive vontade de experimentar o zingarelho. A coisa proporcionou-se sem contar e num ápice. Foi o meu amigo Vasco Rodrigues, esse sim, um entusiasta e conhecedor profundo do conceito Vespa, que me emprestou algo parecido com um Torpedo e que andava mais que o normal. Uma moca - pensei. Mas fiquei-me também por ali.

A vez em que experimentei a coisa mais a sério saiu-me cara. Foi num dos passeios para motos 125 que organizei para o MCP. Fomos a Arouca, num dia cinzento e eu levei uma LML automática do patrocinador. Gozei que foi um disparate durante toda a manhã. Depois do almoço fomos surpreendidos por uma chuvada monumental e no regresso, os pneus plastificados atraiçoaram-me, fazendo com que tivesse um encontro imediato com o sr. asfalto, durante uma boa centena de metros. Meti-me em despesas...

Mas as coisas de que gosto e que me marcam, quando menos se espera volto a elas e por vezes com um ímpeto desmesurado. Foi o caso. Em Outubro deste ano, conheci alguém que pretendia realizar capital para adquirir uma moto nova e dispunha de uma LML 150 a 4 tempos, que pretendía vender. Prontifiquei-me para a comprar e idealizei logo uma missão para ela. Uma viagem que há  muito havia delineado para fazer em 4x4, mas que talvez pudesse ser feita de scooter. E porque não? 
Falei da ideia ao meu primo Manuel Araújo, que se pôs a jogo, embora algo incrédulo. Seriam muitos quilómetros para percorrer, sobretudo por alguém que não tinha qualquer experiência de condução de 'vespa', como era o meu caso.


No dia 5 de Outubro de 2016, lá fomos os dois percorrer Portugal de extremo-a-extremo pela raia. Regressamos a 9, com 2016 km percorridos e muitas histórias para contar. Muitas delas estão contadas aquí
E foi assim, que me rendi à Vespa Asiática*...

* Referência à marca LML, que é proveniente da Índia.

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