quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Prevenção | Motos e violência na estrada


A maioria de vós, provavelmente já viu por aí no Facebook, ou no Youtube, o relato deste acidente aparentemente intencional e que ocorreu no passado mês de Outubro no EUA, em que um automobilista se atravessou sobre uma moto, depois desta transpor uma linha longitudinal contínua. 
O condutor da moto sofreu apenas escoriações ligeiras, mas o passageiro sofreu ferimentos graves.




O automobilista, num vídeo captado por outro motociclista, quando lhe perguntaram o porquê de ter feito aquilo, disse: "Eu não me importo."




Felizmente, este acidente não foi fatal, mas há relatos de outros acidentes motivados pela ira, geralmente envolvendo carros e motos.
Há algo na mente de alguns automobilistas, que demonstra desrespeito para pessoas e veículos menores do que o deles. Quem anda regularmente no trânsito, já se apercebeu certamente deste tipo de comportamento.
Mesmo utilizando os melhores fatos de protecção, alguém numa moto dificilmente parará um veículo de 1500 Kg e mesmo que o consiga, certamente que o fará à custa de muitas fracturas, muita dor e eventualmente também à custa da própria vida.
Aponto também o dedo, ao comportamento de muitos utilizadores de veículos de duas rodas, que por vezes se comportam como selvagens, colocando a sua vida e a dos outros em risco.

Dos motociclistas,  deve esperar-se civismo, o cumprimento do Código da Estrada e face à especificidade dos veículos que conduzem, controlo das emoções e não comportamentos altercados, como gestos obscenos, ou gritar palavrões, que possam desencadear comportamentos violentos na estrada.
Eu acredito que, se houver oportunidade, demonstrar respeitosamente a alguém que cometeu uma infracção e sobretudo se colocou alguém em risco, é pedagógico. A maioria dos automobilistas perceberá e, talvez, até possam tornar-se mais vigilantes daí em diante. Não havendo essa oportunidade, o melhor é cada um seguir o seu caminho.
No acidente do Texas, foi a transgressão do motociclista ao transpor uma linha contínua, que, aparentemente, gerou a ira do automobilista. Já quase todos nós, provavelmente a maioria, se não todos, ficámos presos atrás de um veículo em marcha lenta e tentámos, ou efectivámos mesmo a ultrapassagem, apesar da existência de uma linha contínua. A excelente relação peso-potência das motos, em comparação com outros veículos, muitas vezes permite criar mais espaço de manobra para um motociclista ultrapassar os outros em segurança, mesmo infringindo uma norma instituída, como é o caso de um traçado contínuo na estrada, calibrado para veículos substancialmente menos rápidos. A infracção em si, sempre de evitar, apenas responsabiliza o motociclista. Não dá o direito a nenhum outro utilizador da estrada de se substituir aos agentes de autoridade.
Outro factor gerador de violência, é o comportamento agressivo de alguns condutores de veículos de duas rodas, que inesperadamente pode despoletar num automobilista aparentemente normal, uma resposta também violenta. 
Estas "bomba-relógio", que são felizmente uma pequena percentagem da população que anda na estrada, são contudo praticamente impossíveis de identificar com antecedência por parte de quem vai sentado ao comando de uma moto. Os motociclistas, pela sua 'fragilidade', devem estar plenamente conscientes do risco adicional que incorrem, ao assumir, ou ao envolverem-se em comportamentos que podem desencadear respostas violentas na estrada. 

Esta é apenas, uma chamada de atenção para algo, que deve estar sempre presente na mente de quem compartilha a estrada com veículos muito maiores.

Viajar, sim! Mas sempre em segurança.

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