sábado, 3 de outubro de 2015

Yam XTZ 750 (ST) | Para quem se esquece das torneiras de gasolina abertas


Todas as motos dispõem de torneiras ligadas ao depósito de combustível. Hoje em dia, servem apenas propósitos de manutenção, permitindo fechar o circuito de alimentação quando é necessário retirar o depósito, p.e..
Contudo, nas motos com alguns anos, sobretudo dispondo de carburadores, estes dispositivos requerem utilização frequente, já que impedem que as válvulas dos carburadores fiquem sobre pressão permanente, correndo o risco de colarem, se a moto não for utilizada durante muito tempo. Outro motivo, prende-se com a utilização do descanso lateral que, por colocar a moto inclinada, faz com que as válvulas accionadas pelas boias existentes nas cubas não funcionem convenientemente, pois essa não é a sua posição natural de funcionamento.

Quem tem o prazer de usufruir de alguma Yamaha Super Téneré (XTZ 750), já lhe aconteceu certamente, deixar as torneiras de gasolina abertas de um dia para o outro e pelo facto da moto ficar inclinada, passar gasolina para os cilindros. A mim, já me aconteceu várias vezes.
Aborrecido com esta situação, resolvi eliminar definitivamente o problema.
Há quem o tenha feito intercalando uma electroválvula no circuito de alimentação, mas eu preferi optar pelo método mais comum utilizado nas motos - uma válvula de vácuo.
A bomba de combustível da ST é accionada a partir de uma das duas tomadas de vácuo disponíveis, pelo que decidi utilizar a tomada disponível para este efeito.
Válvula de vácuo para fecho do circuito de combustível
Como válvula, utilizei uma válvula de combustível de uma scooter. A marca pouco importa ( a que utilizei é chinesa), mas é necessário ter em conta os orifícios de entrada e saída, por forma a manter o caudal de gasolina necessário ao circuito.

Montei o dispositivo antes da entrada da bomba e... passei a esquecer-me das torneiras de gasolina abertas. Sorriso


ACTUALIZAÇÃO:

Tudo funcionava às mil maravilhas mas, um dia destes, após ter posto o motor em marcha e durante a fase de aquecimento, este parou e não mais pegou.
Propus-me perceber a razão da anomalia. Desmontei as velas e apercebi-me que estavam a queimar bem, ou seja, não estavam encharcadas e estas produziam a necessária faísca para a ignição. Isto apontou-me então na direcção da alimentação de combustível, que passei a verificar minuciosamente, tendo descoberto o seguinte:

Tratando-se de um bicilíndrico a 360º, os momentos de sucção são simultâneos em ambos os colectores. Estão em fase, portanto. Se o motor se mantiver ao ralenti durante algum tempo e simultaneamente com o ar fechado (shock), o accionamento da bomba de combustível e da válvula (ambas accionadas por vácuo) fica condicionada à actuação apenas em semi-ciclos (a cada 180º), impedindo que a gasolina chegue até aos carburadores. Esta situação ocorre raramente, mas ocorre, retirando fiabilidade ao sistema. 

Assim, como apologista que sou de sistemas fiáveis, não poderia deixar de criticar e alertar para este fenómeno e recomendar que, face a este imponderável, se utilize uma electroválvula no lugar da válvula de vácuo. 

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