quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Mecânica | Juntas “old school”

Recuso-me pagar cerca de 30€ por uma junta de papel “kraft” comercializada pela Yamaha em Portugal. Isto de apelar à compra de peças originais é um jargão que faz sentido algumas vezes, mas completamente despropositado quando podemos recorrer exactamente à mesma solução cerca de 30x mais barata.

Isto sucedeu-me quando soube o preço de uma junta original para a minha XTZ 750 Super Ténéré, que está neste momento a sofrer uma merecida revisão, depois de quase uma década a hibernar.

Se por vezes adiro a novas soluções para velhos problemas, recuso-me outras tantas vezes a enveredar pelo caminho mais fácil para colmatar necessidades. Quero com isto dizer, que poderia utilizar uma junta química, de execução mais rápida, eficaz para a finalidade, mas cujo resultado posterior não me satisfaz. Já sei que hoje se utiliza muito o provérbio “quem vier atrás que feche a porta”, mas se por qualquer motivo for necessário abrir novamente a junta, deparamo-nos com uma carga de trabalhos.

Com isto e recusando-me a pagar o preço da junta original, dispus-me a construir uma junta de papel, seguindo o método “old school”. Adquiri papel para juntas (1x0,5m) por 3€ e coloquei mãos à obra.
Se as peças a unir fossem de um metal mais rígido, ligeiras marteladas sobre o papel, fariam vincar as arestas de uma das peças no mesmo, produzindo o corte. Mas as peças são de alumínio e tal não é possível. Recorri então à riscagem do papel pelo exterior da forma e com um lápis de grafite marquei o interior e a furação. Depois, com o auxílio de uma tesoura de recortes, procedi ao corte do papel excedente. Por fim, utilizei furadores de pancada que possuo em diversas medidas e procedi à furação. Se deu algum trabalho? Sim, deu. Mas deu-me também um gozo do caraças, meti dinheiro ao bolso e sei como as coisas estão feitas.
Piscar de olho

2014-12-16 19.18.08-1  2014-12-16 22.03.02-2

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